Muito se tem falado, especulado, estudado e publicado acerca da Tradução Pública Juramentada no Brasil.
Não é um ofício comum e, muito menos, acessível a qualquer tradutor – mesmo que este tenha formação acadêmica plena, doutorado, publicações ou coisa similar.
Há um processo, um ritual de passagem, por assim dizer, para transformar quem era um tradutor comum em um Agente Auxiliar com Fé Pública delegada e credenciado para fazer traduções e/ou versões de documentos públicos, emitidos aqui no Brasil ou no exterior.
Um concurso público por estado da federação, de escopo bem delineado, porém mais abrangente que qualquer prova de proficiência em um idioma é o que vai definir a certificação do tradutor para exercer tal ofício.
A prova consiste em conhecimento vasto e profundo nos dois idiomas – o português, claro, e o idioma estrangeiro em questão. No meu caso, o inglês. Há tradutores com os mais variados pares de idiomas; alguns credenciados em até três idiomas.
Prova escrita em duas etapas com duração de 01 hora cada: na primeira parte, a tradução de texto no idioma estrangeiro para o português – o meu foi uma carta rogatória.
A segunda parte foi a versão para o idioma estrangeiro de texto em português – o meu foi um extrato de testamento passado em cidade do interior, com descrição de bens e vocabulário que ia desde jargão jurídico e cartorário até vocabulário comum, mas especializado de alguma maneira – pintura de cal nas paredes da casa, e cadeiras de palhinha na sala.
Não há tempo para rascunho, nem para pensar muito. Ou se sabe, ou não. É uma pressão terrível e a administração do tempo é requisito fundamental. Não se tem acesso a material de referência algum. Em suas mãos apenas lápis, caneta e borracha.
Os aprovados nessa primeira etapa, média mínima 7, serão convocados para a prova oral. Candidatos divididos, sorteia-se o tema.
E vamos, um a um, para a sala de exame com a banca examinadora formada de 2 especialistas linguistas acadêmicos, um funcionário de gravação e um representante da Junta Comercial.
Uma cadeira para se sentar e um microfone à frente. Primeira fase: especialista lhe entrega texto em inglês e você tem que traduzi-lo oralmente à primeira vista para o português. Depois, a contrapartida – texto em português para verter para o inglês à primeira vista.
Segunda fase: examinador lê texto em inglês e lhe faz perguntas de compreensão em português em seguida.
E, vem a contrapartida: examinador lê texto em português e apresenta perguntas em inglês.
Mais uma vez, ou você sabe ou não. Não se repete nada, nenhuma palavra. Você e sua memória estão no palco.
Nunca se sabe ao certo se teremos êxito ou não. É uma prova difícil e complexa.
Aprovados, vem a apresentação de documentos exigidos. Muitos ficam para trás nessa etapa também.
Toma-se posse, faz-se o juramento e vamos à luta. Não há nenhum vínculo empregatício entre o Tradutor Público e qualquer instituição pública. Somos autônomos e dependemos de nosso trabalho e da qualidade do que produzimos para que tenhamos uma clientela.
É importantíssimo dizer que o Tradutor Público é responsável civil e criminalmente pelo que traduz ou interpretação que faça.
Somos, sim, muito diferentes dos tradutores comuns. Temos que nos orgulhar de ter alcançado o mais alto patamar na área de tradução profissional no Brasil.
Essa é mais uma importante condição para se escolher o seu profissional, aquele que vai cuidar de seus interesses e sua vida em dois países. Seja com certidões de nascimento, casamento ou óbito; seja com escrituras públicas, procurações, entre outros. O seu tradutor juramentado cuida do seu interesse – ele é o defensor dos estrangeiros no Brasil e o portão de entrada de seus documentos brasileiros nos outros países.
Valorize o nosso trabalho e nossa excelência. Não contrate intermediários para escolher por você. Procure o seu tradutor juramentado, converse com ele e faça dele seu amigo!
Contribuição da Tradutora Pública de Inglês Dulce Castro